Gerenciamento de risco na cadeia de suprimentos

15 Setembro, 2022 otimização da cadeia de suprimentos

Atualmente, identificar riscos é uma tarefa imprescindível que deve ser realizada através de protocolos de atuação que considerem o que, como e quando fazer, principalmente quando se tem um alcance internacional.

O gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos tem ganhado relevância nos últimos anos devido à globalização, ao aumento nas redes de fornecedores, às demandas do mercado e à concorrência.

O risco na cadeia de suprimentos pode ser definido como um acontecimento que pode ter um efeito negativo, quantitativo ou qualitativo, no fluxo de produção, transporte e entrega de um item. Portanto, o gerenciamento de riscos consiste em antecipar, identificar, avaliar e mitigar essas possíveis interrupções em todos os processos logísticos.

 Estes são os passos a serem seguidos para gerenciar os riscos em uma cadeia de suprimentos. Mais adiante cada um é explicado.

  1. Identificação do risco
    1. Fazer um brainstorm dos possíveis riscos.
    2. Definir as características de cada risco: nível e alcance.
    3. Ter um registro de identificação.
  1. Avaliação do risco
    1. Fazer uma análise quantitativa: quantificar a probabilidade, o impacto econômico e a perda monetária potencial, avaliar de forma agregada os riscos principais e criar modelos e simuladores de alcance.
    2. Fazer uma análise qualitativa: revisar a probabilidade de que o risco aconteça, classificá-lo, determinar os dados necessários, criar categorias de identificação e avaliar prioridades.
  1. Criação do plano de ação
    1. Desenvolver um plano que indique as ações que devem ser feitas e quando fazê-las.
    2. Buscar aprovações.
    3. Considerar orçamentos e recursos.
  1. Execução do plano de ação (se necessário)
    1. Estabelecer as ações em um calendário.
    2. Analisar as variações nos resultados esperados em caso de que tenha acontecido o risco.
    3. Analisar o orçamento para realizar as ações.
    4. Fazer reuniões periódicas que considerem mudanças e novos elementos.

 

Passo 1: Identificação do risco

Estes são alguns tipos de riscos que podem surgir em qualquer cadeia de suprimentos:

  • Riscos em fornecimento: relacionados com fornecedores, disponibilidade, interrupções trabalhistas, custos, qualidade, prazos, transportes, roubos e alfândegas.
  • Riscos em demanda: relacionados com erros em previsões, atrasos em entregas, preços, qualidade, perda de clientes e garantias.
  • iscos em processos internos: relacionados com informação, tecnologia, segurança informática, administração de inventário, capacidade, cobrança, atenção ao cliente, planejamento, estratégia, produção e fusões.
  • Riscos no ambiente: relacionados com instabilidade política e econômica, infraestrutura (estradas, aeroportos etc.), legislação, regulações, alfândegas, imprensa, meio ambiente, desastres naturais, mudanças climáticas, flutuação cambial, congestionamento de tráfego e greves.

Algumas vezes, os riscos também são causados por fatores comerciais, já que os compradores e vendedores, em sua busca por melhores preços, causam riscos.

 

Passo 2: Avaliação do risco

A taxa de risco (risk rating) é a avaliação que determina a probabilidade e o impacto de que aconteça um risco dentro da cadeia de suprimentos. A probabilidade refere-se à possibilidade de o evento ocorrer, e o impacto, à magnitude da perda caso aconteça. Sua fórmula é a seguinte:

 

Taxa de risco = Probabilidade x Impacto

A combinação de valores de probabilidade e impacto gera uma planilha que permite avaliar os riscos e saber quais recursos humanos, técnicos e financeiros serão usados para mitigar cada risco:

Os riscos baixos encontram-se na área verde; os médios, na área amarela; e os altos, na área vermelha.

Por outro lado, a fórmula para avaliar o risco de maneira quantitativa — apenas para casos em que se têm dados reais e confiáveis— é a seguinte:

 

Expected Money Avalie (EMV) = Probabilidade x Impacto x Custo

A diferença com a fórmula de taxa de risco é que a EMV é representada em termos monetários.

 

Passos 3 e 4: Criação e execução do plano de ação

Após ter identificado, classificado e avaliado os riscos, deve ser estabelecido um plano de ação que garanta a continuidade das operações. Sem dúvida, ter políticas, processos e procedimentos contra contingências, bem como um comitê de riscos, diminuirá consideravelmente os possíveis efeitos negativos.

Um plano de ação deve incluir as instruções para restaurar processos e serviços, e deverá considerar o seguinte:
  • Impacto real em custos
  • Tempo de recuperação
  • Responsável por cada tarefa
  • Processos alternativos
  • Parceiros na cadeia de suprimentos
  • Outras fontes de suprimento
  • Participantes da mesma indústria ou setor
  • Seguros, coberturas e apólices
  • Incoterms aplicáveis
  • Planos de capacitação

Deve-se lembrar que o plano de ação não é um esforço único, por isso deve ser atualizado a cada dois ou três anos.

Tecnologia para o gerenciamento de riscos

 Para desenvolver melhores estratégias de gerenciamento de riscos recomenda-se investir em tecnologia que agilize e integre os processos da companhia com os dos fornecedores e clientes. Não se trata apenas de conectá-los, e sim de criar canais de colaboração para aumentar a visibilidade e os controles.

Existem softwares especializados na administração de riscos que incluem ferramentas para o gerenciamento eficaz de documentos, o que otimiza a comunicação de descobertas em tempo real e ajuda a tomar melhores decisões.

Recomendações

Os riscos que impactam a cadeia de suprimentos podem ter efeitos catastróficos no desempenho de qualquer companhia. Aqui estão alguns conselhos para evitá-los ou combatê-los da melhor maneira:

 

  • Escolher fornecedores 3PL sólidos e internacionais.
  • Reduzir o tempo de remessa internacional e as variações no ciclo.
  • Implementar metodologias como Lean ou Six Sigma para diminuir desperdícios.
  • Contratar seguros.
  • Utilizar ferramentas de visibilidade para rastrear remessas.
  • Integrar os sistemas de fornecedores, revendedores e clientes.

 

Embora o gerenciamento de riscos não elimine a possibilidade de sofrê-los, prepara melhor as companhias para enfrentá-los, especialmente em ambientes globais e voláteis. Portanto, é recomendável ter o apoio de consultores externos para definir as políticas internas e o plano de ação.

No caso de Solistica, inauguramos, há alguns meses, nossa Central de Gerenciamento de Riscos (Gris) no Brasil. Através desta central de riscos e segurança patrimonial, identificamos riscos e projetamos e executamos estratégias de prevenção e reação mediante tecnologia de ponta que permite monitorar a todo momento as cargas e tomar medidas preventivas e resolutivas em tempo real.

Para saber mais, recomendamos que você também leia Chaves para a gestão e controle de riscos em logística e Modelo de gestão de riscos.

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Este blog foi publicado em 29 Dezembro 2020  e otimizado em 15 de setembro de 2022.

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