Dois mil e vinte foi um ano único no mundo todo. A propagação da pandemia por Covid-19 afetou o comércio internacional e com isso desestabilizou as economias.
Para frear esta crise, é iminente a criação e pronta distribuição de uma vacina, o que representa um desafio de proporções gigantescas para todos os países em matéria de transporte, armazenagem e preservação da cadeia de frio durante a cadeia de suprimentos, já que se estima o transporte de 10 bilhões de doses durante dois anos.
No momento, mais de 250 possíveis vacinas COVID-19 estão em várias etapas de desenvolvimento. É possível que uma esteja pronta para sua distribuição no final de 2020.
Devido à urgência e ao grande volume de doses necessárias por região, é importante que a indústria farmacêutica, juntamente com os governos, planeje e garanta cadeias de suprimentos estáveis para as vacinas e os suprimentos médicos que esta crise demanda.
Quais são os desafios e requisitos para conseguir uma distribuição estável em nível mundial?
Para poder lançar programas de imunização bem-sucedidos nos países, é necessário ter sistemas logísticos e de cadeias de suprimentos funcionais do início ao fim, só desta maneira poderá ser garantido o armazenamento, o manuseio, a rastreabilidade e a gestão de estoques de vacinas eficazes, o que implica um controle rigoroso da cadeia de frio e sistemas de informação de gestão logística adequados.
O objetivo final é garantir a disponibilidade ininterrupta de vacinas de qualidade desde o fabricante até os níveis de prestação de serviços, para que as oportunidades de vacinação não sejam perdidas. Isto requer um sistema para conseguir os seis direitos da gestão da cadeia de suprimentos: produto adequado, quantidade correta, condição correta, lugar correto, tempo correto e custo correto.
Embora existam programas de imunização de rotina já implementados em todo o globo, a urgência de distribuir esta nova vacina tem pressionado o mundo a aumentar o desempenho das cadeias de suprimentos, e para se adaptar às novas estratégias de distribuição impostas pela pressa, integrando avanços tecnológicos nos equipamentos da cadeia de frio para garantir sua eficiência e eficácia.
As vacinas convencionais, que devem ser armazenadas adequadamente desde o momento em que são fabricadas até serem administradas, precisam ser mantidas entre dois e oito graus centígrados de temperatura. Qualquer exposição a condições inadequadas, como temperaturas mais altas, pode reduzir ou inclusive destruir a potência da vacina. Estas descobertas são resultado de muitos anos de investigação por parte das empresas farmacêuticas encarregadas por sua produção.
No entanto, as vacinas da Covid-19 estão sendo desenvolvidas em velocidades sem precedentes e os pesquisadores estão completamente focados na segurança e eficácia para que sejam aprovadas o mais rápido possível. A falta de dados de estabilidade pode levar alguns produtores a exigir, por precaução, temperaturas extremas em toda a cadeia de suprimentos (tão baixas quanto -80 ° C), o que significa adequar a cadeia de frio e de suprimentos com requisitos sem precedentes: deve-se garantir a rastreabilidade das doses, identificar os potenciais gargalos e planejar soluções rápidas de ponta a ponta.
Quais soluções são necessárias?
Sem dúvidas, as adequações serão feitas de ponta a ponta da cadeia de suprimentos. Desde o produtor, a infraestrutura de armazenamento deverá ser a adequada para abrigar os envios de doses nas condições adequadas. Uma vez iniciada a distribuição, os processos altamente flutuantes de país para país, como o controle de qualidade e o desembaraço aduaneiro, podem dificultar a manutenção dos requisitos de refrigeração.
Para evitar, dentro do possível, o maior número de pontos de transporte, será necessário fazer as remessas via aérea cobrindo as distâncias mais longas possíveis, o que representa um desafio em termos de quantidades de remessas e volume por envio.
Supondo que sejam distribuídas 10 bilhões de doses durante dois anos, estima-se a necessidade de 15 milhões de entregas em caixas de refrigeração, 200.000 movimentos dos transportadores de paletes e 15.000 voos nas diferentes configurações da cadeia de suprimentos.
Quanto mais longe da localização das farmacêuticas produtoras, será cada vez mais difícil atender os rigorosos requisitos de temperatura, especialmente em certas partes do mundo. Atualmente, grande parte da África, da América do Sul e da Ásia, onde vivem aproximadamente dois terços da população mundial, não pode ser facilmente abastecida em grande escala devido à falta de capacidade logística da cadeia de frio adequada para produtos médicos.
Os governos e as ONGs devem começar a melhorar a infraestrutura agora e colaborar estreitamente com os produtores de vacinas e os fornecedores de logística para garantir que as doses possam ser distribuídas a todos assim que as vacinas estiverem disponíveis.
Estabelecendo um padrão para a cadeia de suprimentos de vacinas
Com o aumento do custo das vacinas e a maior capacidade de armazenamento agora exigida em todos os níveis da cadeia de frio, os países devem manter níveis mais baixos de estoques, reduzir o desperdício, prever com precisão as necessidades de vacinas e evitar avarias nos equipamentos. Isto requer um constante alto nível de gestão da cadeia de suprimentos, que só pode ser alcançado se todos os elos da cadeia de suprimentos atenderem os padrões atuais de armazenamento e distribuição.
A iniciativa de Gestão Efetiva fornece materiais e ferramentas necessários para monitorar e avaliar as cadeias de suprimentos de vacinas e ajudar os países a melhorar o desempenho de sua cadeia de suprimentos.
Construindo uma nova cadeia de frui
A "cadeia de temperatura controlada" (CTC) é um enfoque inovador para a gestão de vacinas que permite que as vacinas sejam mantidas em temperaturas fora da cadeia de frio tradicional de + 2 ° C a + 8 ° C durante um período de tempo limitado em condições controladas e monitoradas. Uma CTC geralmente implica uma só viagem da vacina em temperaturas ambiente que não superem os + 40 ° C e durante um número específico de dias, justo antes da administração.
A Organização Mundial da Saúde estabeleceu os seguintes critérios programáticos para que uma vacina seja etiquetada e utilizada em uma CTC:
A vacina deve ser usada em uma campanha ou em um meio de estratégia especial. Atualmente, a CTC não é recomendada para a imunização através da administração de rotina.
A vacina deve poder tolerar temperaturas ambiente de pelo menos + 40 ° C durante um mínimo de três dias e deve ser acompanhada de:
- um monitor de frasco de vacina (VVM) em cada frasco, e
- um indicador de limite máximo em cada portador de vacina.
A vacina deve ter autorização para uso em uma CTC pelas autoridades regulatórias apropriadas, com uma etiqueta que especifique as condições.
4 fatores críticos para a logística da vacina
- Infraestrutura logística: As vacinas na cadeia de frio requerem especialistas em logística especializados neste setor, e transporte suficiente em ótimas condições para garantir a entrega nas melhores condições de qualidade.
- Segurança do transporte: Conseguir entregas sem obstruções e sem incidentes (roubos em alta).
- Segurança de produto: Para garantir que todas as vacinas sejam entregues a quem deve recebê-las, o produto deve atender um processo de rastreabilidade, cada peça de cada lote com um código de serialização e um sistema de identificação à prova de falsificação (tintas, selos, etiquetas).
- Sistema de controle de produto: Com o código de serialização, deve ser feito um registro metódico dos números de lote, caixas e peças, além de um controle exato de caixas por destino. O centro de distribuição deve seguir um controle de inventários FEFO (first expired, first out, primeiro a vencer, primeiro a sair) nos carregamentos.
Claramente, há muitas coisas que precisam ser levadas em consideração e facilitadas de maneira efetiva. Saber disso é uma coisa, mas como as empresas e organizações podem garantir que estão preparadas para este momento decisivo?
A melhor opção para atender os requisitos que a logística da vacina exige é que seja designada aos principais operadores logísticos (3PLs) de cada país, que atualmente têm as habilidades para distribuí-la.
O apoio logístico é fundamental para os serviços de imunização, a fim de garantir a disponibilidade de equipamento apropriado e um suprimento adequado de vacinas de alta qualidade e materiais relacionados com a imunização em todos os níveis e em todos os países.
Se o programa de logística for bem administrado em cada país, pode ajudar a economizar nos custos ao garantir a implementação do programa de imunização de maneira eficiente, sem sacrificar a qualidade da prestação do serviço.
Os sistemas de logística mal gerenciados podem levar a taxas altas ou desnecessárias de desperdício de vacinas, falta de estoque ou uma gestão inadequada dos resíduos, o que gera importantes custos operativos e um impacto negativo na saúde pública.
Os serviços de logística internacional da Solistica oferecem as condições necessárias para poder implementar um programa de imunização na América Latina, seguindo as normas estabelecidas pelos organismos de saúde de cada região.