A indústria marítima foi considerada pilar do comércio internacional desde as antigas civilizações graças a que possibilita a compra-venda de carga e o transporte de pessoas. Com mais de 50 mil navios mercantes de 150 países, atualmente é uma das indústrias mais globalizadas do mundo em termos de propriedade e operações.
Indústria marítima
De acordo com a Organização Marítima Internacional (OMI), atualmente existem 50 mil navios mercantes de mais de 150 países que transportam mais de 90 porcento do comércio internacional e, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em 2017 o comércio marítimo alcançou as 10,7 milhões de toneladas, razão pela que se espera uma expansão de 3,2 porcento até 2022. ,
Fatores como a política comercial e os baixos preços dos produtos básicos e do petróleo deram como resultado uma crescente incerteza, o que manteve o comércio marítimo sob pressão.
Em relação à tecnologia aplicada à indústria do transporte marítimo - como a internet das coisas, o blockchain, os navios autônomos e os drones - ofereceu eficiência econômica ao otimizar sistemas e operações logísticas e ampliou e beneficiou a conectividade. Não obstante, trouxe novas preocupações, como ameaças de ciberataques, o que aproximou as empresas e os governos a trabalhar juntos para administrar e implementar novas ferramentas que tornem as operações eficientes de maneira segura.
Ainda que haja companhias navais maiores que outras, a maioria são alianças entre transportadores, o que representa mais de 80 porcento da cota de mercado global de transportes de contêineres.
Apesar de que o aumento da frota mundial tenha desacelerado pelo quinto ano consecutivo, a oferta de capacidade cresceu mais do que a demanda, o que levou a um excesso de capacidade global e a uma pressão para reduzir as tarifas de transporte. Este panorama de baixa demanda e sobrecapacidade também reduziu a rentabilidade na maioria dos segmentos de envios.
Cargas e frotas marítimas
No início de 2017 o valor comercial da frota comercial mundial baixou para 820 bilhões, e vários países foram beneficiados com a construção, posse, sinalização e operações de embarcações.
Em relação a capacidade de carga, os cinco principais países montadores de navios são Grécia, Japão, China, Alemanha e Cingapura. Em conjunto, estes países têm 49,5 porcento de participação no mercado de tonelagem de peso morto. Dados da UNCTAD sugerem uma tendência para a consolidação da indústria na que os vários países se especializarão em diferentes subsetores marítimos e crescerá a participação de países em desenvolvimento.
Tarifas de transporte marítimo
Em geral, as tarifas de fretes melhoraram em todas as indústrias exceto na relacionada com petróleo. O índice de carga de contêineres aumentou e as médias foram superiores às de 2016. A principal causa disto foi a existência de um melhor equilíbrio entre a oferta e a demanda nos mercados de navios de contêineres. A indústria de transporte de contêineres finalizou 2017 com $7 bilhões de dólares, graças aos volumes transportados, as tarifas de fretes, os ingressos e a gestão operativa.
Como exemplos, durante 2017, as tarifas na rota de Xangai - Estados Unidos aumentaram em 17,3 porcento, em comparação com o ano anterior e tiveram a média de $ 2.457 por unidade equivalente a 40 pés (TEU). Para a rota de Xangai para o norte da Europa, as taxas se localizaram em $ 876 por unidade equivalente a 20 pés (TEU), 27 porcento a mais. Entre as rotas de Xangai - África do Sul tiveram a média de $ 1.155 por TEU, um aumento de quase 98 porcento em comparação com 2016. As tarifas de frete anuais de Xangai - América do Sul foram de $ 2.679 por TEU, ou seja, 62,7 porcento a mais que a média de 2016.
Pessoal na indústria marítima
Esta indústria proporciona emprego para cerca de 1,65 milhões de marinheiros que trabalham nas frotas em nível mundial. Apesar de que em terra as mulheres ocupem 55 porcento dos postos júnior e 9 porcento dos postos executivos, apenas 1 porcento do pessoal em mar é feminino.
A OMI aponta que 58 porcento do pessoal da frota mundial tem mais de 55 anos, o que faz com que cada vez seja mais necessário formar jovens que os substituam antes de 2030.
Nos próximos anos, o transporte marítimo seguirá sendo o meio de transporte mais importante para o comércio internacional, razão pela que companhias marítimas e organizações públicas em nível global, deverão compreender a necessidade de conectividade para o desenvolvimento da indústria e da economia mundial.
Da mesma maneira, empresas e governos deverão formular políticas e planos para se adaptar aos requisitos dos modelos eletrônicos de comércio marítimo para mitigar custos e seguir as recomendações da Organização das Nações Unidas, da Organização Mundial de Alfândegas e da Organização Mundial do Comércio.