A tecnologia está presente em nosso dia a dia, e a cadeia de abastecimento não é a exceção. Avanços como a inteligência artificial e o machine learning não são o futuro e sim o presente que está mudando a maneira de entender a logística no atual mundo omnicanal.
O departamento de ventas já não é o único responsável pela satisfação dos consumidores. Agora todas as áreas estão deixando de trabalhar em silos para fazer isto de maneira holística e integral e assim oferecer uma melhor experiência de compra. E assim como o resto da organização, a cadeia de abastecimento deve ser eficiente, produtiva e estar concentrada no cliente.
Com esta nova filosofia em mente, saem para o mercado novas tendências que contribuem para a complexa tarefa de proporcionar ao cliente o produto correto no lugar indicado e no momento preciso. Conceitos como inteligência artificial e internet das coisas oferecem a oportunidade de ter maior visibilidade e rastreabilidade e permitem oferecer produtos totalmente personalizados, graças à microsegmentação que combina dados sobre o cliente, a empresa e o mundo.
Através da mais alta tecnologia se está construindo ecossistemas acionáveis e transformando as cadeias de abastecimento a nível internacional, tornando-as digitais e sem interrupções de ponta a ponta, melhorando a experiência do cliente e tornando-os mais leais.
Entre as tecnologias que já estão começando a ser utilizadas como apoio nos processos logísticos encontram-se:
A nuvem: proporciona rapidez, integração e visibilidade total ao poder compartilhar informação desde qualquer lugar, e um custo muito menor ao não fazer fortes investimentos em infraestrutura tecnológica.
Scaners 3D: são geradores de raios x capazes de detectar de maneira automática carregamentos registrados ou qualquer outro pedido, verificando em relação a ordem de envio. Também é utilizado em aduanas e aeroportos para proteger a segurança da carga, identificando possíveis contrabandos como narcóticos ou de outros materiais alheios aos especificados. Seu uso aumenta a eficiência, reduz erros e devoluções, melhora a segurança e o transporte de artigos.
A maior velocidade de desenho, manutenção e conserto que a tecnologia de escaneamento 3D oferece permitirá oportunidades adicionais para a inovação na cadeia de abastecimento.
Empresas de logística aproveitaram esta tecnologia para impulsionar a flexibilidade, eficiência e economia em custos ao longo da cadeia de abastecimento.
Realidade virtual: oferece uma visibilidade interativa e compartilhada que possibilita reconhecer as interdependências e o impacto de decisões operativas através de simulações em tempo real. Os óculos inteligentes complementam esta tecnologia e ajudam na produtividade e na eficiência das operações. Algumas empresas aproveitam estas inovações e criam possíveis cenários ao longo da cadeia de abastecimento quando treinam suas equipes para entornos de alto risco.
Sensores inteligentes: contribuem para diminuir os custos de operação, melhorar o planejamento da demanda e fornecem uma visão geral sobre o comportamento do cliente. Incluem plataformas com microprocessadores de armazenamento e ferramentas de conectividade que transformam os sinais em dados digitais que podem ser utilizados para dar seguimento ao inventário em tempo real graças a sua automatização.
Energias renováveis: reduzem custos a longo prazo, evitam riscos de flutuações nos preços do combustível e melhoram a imagem da marca ao torná-la socialmente responsável. As energias renováveis são cada vez mais acessíveis tanto tecnologicamente quanto economicamente; entre elas encontram-se a energia solar, eólica, geotérmica e hidráulica que provaram ser mais limpas, seguras e confiáveis energeticamente, e com mínimas emissões de carbono, o que as torna mais amigáveis ao meio ambiente.
Um exemplo de que estas novas alternativas energéticas já estão se incorporando é o decreto real emitido na Espanha em 2016 (comunicado do Grupo Moldtrans) que tem o objetivo de conseguir que as alternativas energéticas renováveis se encontrem implementadas em 10% do transporte até 2020. Para conseguir isto, já foram colocadas em prática ações concretas para garantir o abastecimento de hidrogênio, gás natural e eletricidade neste setor que reduzem a dependência da gasolina (petróleo) e promover outras alternativas renováveis no mercado.
Robôs: utilizar mecanismos autônomos pode proporcionar maior produtividade, velocidade, eficiência e precisão, assim como menores custos e riscos de trabalho, sobretudo em tarefas de classificação, armazenamento e produção ou naquelas atividades com níveis insustentáveis.
Cadeias articuladas ou de blocos (blockchain): as novas empresas estão explorando os usos desta tecnologia fora da indústria de serviços financeiros. Esta tecnologia poderia ajudar a registrar preços, datas e localizações de produtos, a garantir que se cumpra padrões corporativos e a diminuir as perdas que o comércio ilegal origina.
Deve-se lembrar que o fim último destas tendências é aumentar a eficiência, reduzir custos e introduzir novas oportunidades de negócio, e ainda que cada vez apareçam mais tecnologias que podem ser aproveitadas nas cadeias de abastecimento, pode acontecer que nem todas se apliquem para uma empresa. Antes de fazer uma escolha e investir grandes somas de dinheiro é necessário fazer um estudo profundo sobre as necessidades do negócio, os clientes, a concorrência e o mercado, assim como dos objetivos empresariais em médio e longo prazo.